Bartô de volta...
E essa pra não restar dúvidas! Uma coletânea de responsa deste grande nome de nossa música popular(!) Depois do primeiro lançamento do MÚSICA DAS ANTIGAS, e após tantos pedidos, e outras tantas atitudes reacionárias estranhas via recados no Orkut, vai agora essa... Mas é de cum força!! Só de raiva!!
Fora as infinitas e inconclusivas discussões acerca da música popular, suas questões estéticas, dos limites do "bom-gosto", da "música de qualidade" etc etc etc, parece estranho que essa querela leve pessoas ao incômodo e ao mal-estar. Como pode uma expressão musical pura e despretensiosa causar tanto furor? Bartô deve estar rindo agora... E tomando todas pra acompanhar.
Quando perguntado certa vez se gostava de ser chamado de brega, respondeu: "Eu aceito, porque o nosso país é brega".
Nenhuma palavra mais.
Faixas:
02 Sorriso De Moça
03 Vou Tirar Você Daqui
04 De Que Vale A Minha Vida Agora?
05 Querem Separar-Me De Você
06 Tudo É Nada Sem Você
07 Momentos Coloridos
08 Vem Ficar Junto De Mim
09 Sorriso Forçado
10 Você
11 Só Lembranças
12 Procuro Esquecer Que Te Amo
13 Esta Noite, Eu Preciso Te Amar
14 Coisas Da Vida
15 Nosso Amor Já Morreu
16 No Toca-Fita Do Meu Carro
17 O Grande Amor Da Minha Vida
18 Você Me Pertence
19 Lembranças Do Rei
20 Adeus, Solidão
2 comentários:
Confesso que as pérolas da minha infância eram ouvir estas magníficas canções. Era curioso, pra mim, ainda menino, verificar o estado de transe dos que ouviam tão puljantes canções.
As calças apertadas, comprimindo os ovos, o maço de cigarros preso no ombro da camisa, os sapatos lustrados e semi empoeirados, as cabeleiras. Isso era a parte estética, no âmbito da ética pululavam cafajestaes que faziam mocinhas sofrerem de amor, e estes mesmos cafajestes sofriam com chifres e recusas amorosas. E o sofrimento era o novelo onde era tecida toda a cosmogonia daquela geração. Porque sofrer edificava.
Ouvir canções que falavam, com ironia e humor, da dor de amor, uma dor construída, que não machuca de fato, apenas cria uma alegoria de um sofrimento de que todos precisamos para estarmos atentos, para sermos fortes, para aceitarmos menos tragicamente a morte da mãe, do irmão; do filho, Deus meu!
As mesmas amigas que se felicitavam e alcovitavam a amiga a trair o namorado , choravam ao lado dela quando era ela a traída. Todos eram atraídos por este jogo, e ainda o são.
Afora isso, belos poemas de amor, reflexões sobre o homem de seu tempo, artistas inteligentes sem o ranço do iluminismo elitista e eurocêntrico. Depois das gerações dos 30 40, com magníficas canções e sapientíssimas interpretações da alma brasileira, da alma das ruas; a geração dos 70 foi o nosso último suspiro. Depois disso... o silêncio, o axé e o trance!
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