Filho de imigrantes italianos, nascido no bairro do Bexiga, em São Paulo, há oitenta e três anos, quarenta e seis anos de carreira, casado com Rosa Petrone há sessenta anos, três filhos e seis netos, ao contrário do que se possa supor, vive uma intensa atividade artística. Eis Francisco Petrônio, também conhecido como 'A voz de veludo do Brasil', denominação dada pelo apresentador Aírton Rodrigues.
O sangue italiano talvez tenha sido o responsável por sua paixão pela música. "Quando eu era criança, contava ele, meu pai chamava amigos e companheiros e me colocava sobre uma cadeira para que eu cantasse. Ser cantor era um sonho de criança que apenas em 1961 tornou-se realidade. Eu era taxista e costumava cantar enquanto dirigia. Numa dessas corridas, um passageiro gostou de minha voz e acabei sendo convidado para fazer um teste na TV Tupi. Cantei e o Cassiano Gabus Mendes, que na época era diretor artístico da emissora, gostou e me contratou para a Rádio e para a TV Tupi".
Humilde, Petrônio, dono de uma das mais belas vozes do país, diz que seu sucesso só foi possível graças ao apoio de grandes amigos, como o apresentador Aírton Rodrigues. "Nunca fui um cantor de estourar nas paradas. Considero-me um cantor da velha guarda que continua lutando por seu espaço. Nesses quarenta e seis anos, as dificuldades foram muitas, mas nos últimos tempos as dificuldades aumentaram, talvez em virtude de minha idade. No Brasil, as pessoas, a partir de uma certa idade, são marginalizadas, não só na TV ou nas rádios, mas de modo geral". Desabafava, acrescentando "o desrespeito com as coisas do passado é grande. As TVs deveriam, junto com os sucessos atuais, dar um espaço mínimo para a velha guarda. Nós também temos que sobreviver com um mínimo de dignidade.
Para Petrônio, na realidade não falta espaço para os cantores da velha guarda. "Acabaram é tirando o nosso espaço para colocar cantores mais bonitos ou grupos com rebolantes moças usando pouca roupa".
Nos quarenta e seis anos de carreira, Petrônio gravou cinquenta e cinco discos. Mais recentemente, em maio de 2005, gravou "No Palco nº. 1" e, em maio de 2006, no "Palco nº. 2, com Francisco Petrônio". “Este é um CD que quero passar aos meus fãs, com algumas musicas que canto pelo Brasil”.
Romântico, diz que a música que marcou sua vida foi o "Baile da Saudade", gravada em 1964. Na letra, faz referência a duas valsas de Zequinha de Abreu: "Branca" e "Aurora."
Petrônio declarou: "Continuo fazendo o que melhor sei fazer, ou seja, cantar. Até quando não sei, Deus é quem dirá. A única certeza que tenho é que estou aqui de passagem e preciso entoar meu cântico aos que gostam de me ouvir cantar."
Francisco Petrônio
8/11/1924 à 19/01/2007.
(Fonte: Página oficial do cantor.)
Faixas:
01 Coisas Que Não Voltam Mais
02 Ciúme (Jalousie)
03 Sertaneja
04 Fascinação (Fascination)
05 Minha História
06 Dá-Me Tuas Mãos
07 Número Um
08 Sonhar E Nada Mais (Soñar Y Nada Más)
09 Adios, Muchachos
10 Serenata
11 Como Tu, Ninguém
12 Roleta Da Vida
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